Soltaram-se as línguas na Escola Secundária D. Sancho I
02 / mar / 2018
Entre os dias 19 e 22 de fevereiro, o espanhol, o inglês, o português e o francês largaram a sala de aula e passearam pela Escola – foi a “Semana das Línguas”. As línguas andaram à solta: misturadas com aromas e sons, toda a comunidade se deixou seduzir pela cultura de cada país. O espanhol, com abanico e salero bastantes, convidava as papilas para churros e nachos, os ouvidos para as melopeias calientes… uma sevilhana garrida posava no manequim que lhe tolhia os movimentos esboçados na sua pose galante. Os leques saídos das mãos dos alunos refletiam uma linguagem muito própria e há muito esquecida pelos olhares fortuitos… A cultura hispânica respirava na tela do auditório nas vozes quentes de “Coco”. Hombre, foi o dia 19! O dia 20 acordou muito polite – o inglês, mostrando e reclamando a sua universalidade, traduziu para a sua língua alguma nomenclatura de pontos fulcrais da Escola. Os scones andaram nas bocas do mundo… Todos tiveram a sua oportunidade para exibir os seus dotes britânicos com um karaoke que mergulhou a Escola num intervalo enérgico e ritmado. Os alunos do 12ºano do Curso Profissional de Técnico de Restaurante/Bar partilharam a sua PAP com os professores e criaram a atmosfera propícia para um tea time antes das cinco da tarde… A língua pátria estava mais intelectual do que nunca – lançou o repto a vários escritores portugueses para, por um dia, fazerem o que já fazem por essas cidades e vilas: estátuas. De facto, o átrio e a Biblioteca respiravam literatura – desde a representação do Olimpo, passando pelos Pessoas junto de “A Brazileira”, Eça, Camões, Camilo… até António Vieira. Alunos, funcionários e professores ficaram arrebatados ao deslizarem os olhos por Carlos Eduardo e Maria Eduarda… abriram o sorriso para a conversa dramatizada dos heterónimos com o seu criador… acomodaram os ouvidos para a dramatização musicada de Torga ou para a de um texto de António Gedeão ou para as palavras silabadas de Eugénio de Andrade. O dia 21 ainda dá que falar… Foram as estátuas literárias. Et bien, o francês apareceu com o seu savoir faire no último dia – 22 de fevereiro. Os perfumes, os queijos, o champagne… a Torre Eiffel inundaram o átrio. Apetecia ser chic e viajar até à cidade luz. As cores azul, branca e vermelha iluminavam a Escola. Um manequim ostentava-as na sua indumentária coroada pela típica boina; mais parecia um convite para a província adormecida… a mesma se prolongou na fita “Ma Vie de Courgette”. Os alunos do 11º ano dos Cursos profissionais de Técnico de Restaurante/Bar e de Técnico de Comércio contagiaram o ambiente da Escola com o aroma singular do crepe; aliás, anunciavam “Les Meilleurs Crêpes du Monde”… e foram, enquanto duraram! A Cantina não ficou incólume a esta evasão das línguas… se é de línguas que se tratava, então não se podia descurar o paladar. A ementa acompanhou o passeio linguístico: começou na paella e acabou no hachis parmentier, passando pelo fish and chips e pelos rojões. A semana foi em cheio: a comunidade respirava feliz sob um sorriso suave de contentamento.