O vereador da Educação Augusto Lima, foi um dos convidados do Chá Europeu, iniciativa realizada pelos os alunos do Clube Europeu e Escola Embaixadora do Parlamento Europeu. O evento, que pretende reafirmar valores que unem a comunidade ao espírito europeu, contou com cerca de cem participantes, uma novidade, tendo em conta que nos últimos dois anos todas as ações foram realizadas em formato on-line. Isabel Estrada Carvalhais, Gonçalo Lobo Xavier, Isabel Baltazar, André Vieira de Castro e o vereador da Educação no município de Famalicão Augusto Lima formaram o painel de palestrantes. Carlos Teixeira, Diretor do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco (AECCB), realçou o papel da escola na divulgação dos valores europeus, também enquanto missão educativa, desde as crianças dos Jardins de Infância até aos alunos do ensino secundário, recordando a abertura de polos de clubes europeus na EB Luís de Camões e, mais recentemente, no JI de Seide. Augusto Lima salientou que Famalicão é cada vez mais um concelho do espaço Europeu. Contribuem para isso o excelente aproveitamento da política de coesão, a relação comercial do tecido empresarial com os países europeus e o trabalho profícuo dos agrupamentos de escolas ao promoverem a mobilidade de milhares de alunos e profissionais através do programa Erasmus+. A Professora Isabel Carvalhais começou por relembrar que a afirmação Sou Europeu pressupõe que se seja capaz de responder de responder à pergunta: o que é ser-se europeu? A pergunta em si transporta-nos para o domínio do que acreditamos ser a identidade europeia, logo, pressupõe uma escolha, e sendo o produto de opções políticas, culturais e sociais que fomos histórica e coletivamente assumindo, não há uma resposta única. E por isso, dois dos pilares da identidade europeia que se destacam logo à partida, frisou, são por um lado, a própria pluralidade de ideias sobre a Europa, e por outro a liberdade, pois todos podemos expressar as nossas ideias sobre o que é ser-se europeu. Isabel Carvalhais referiu-se ainda à tolerância que considera ser um dos valores hoje sob maior perigo de erosão. A tolerância que permite no debate de ideias o exercício do respeito mútuo, a aceitação da diversidade, a reciprocidade do direito ao direito, sem diluição ou abdicação dos valores que cada um, está ameaçada pelas novas formas de moralismo público que apela à suspensão da democracia, das ordens constitucionais, e da tolerância vista como expressão de decadência cultural. Não sendo dinâmicas novas, a eurodeputada insiste na importância de as saber reconhecer para as poder combater. Isabel Baltazar, Gestora Nacional do Programa EPAS, agradeceu a todos, embaixadores seniores e juniores, pelo trabalho que têm levado a cabo para sensibilizar a escola e os cidadãos da importância da democracia parlamentar europeia e dos valores da cidadania europeia. Referiu que educar através da Escola Embaixadora é agir de acordo com um tema anual que é lançado a todas as escolas, sendo esse tema trabalhado de forma diferente, inovadora, refrescante, pelas várias escolas, sendo a Camilo Castelo Branco uma dessas grandes escolas, de inovação, de projetos fora da caixa, mostrando com a variedade do programa do Chá que a Europa é cultura, diversidade, beleza, riqueza, valores, solidariedade, liberdade, igualdade, e é também, sobretudo, criar e sustentar a paz. André Vieira de Castro provocou a audiência dizendo que a Europa, como a conhecemos, morreu. Que urge encontrar uma nova ambição, uma nova liderança, e que a discussão sobre o modo de vida europeu ficará resolvida se todos perseguirem um objetivo comum. Pragmatismo, menos puritanismo e uma visão completa do que é a inovação, o seu financiamento e a pegada ecológica global de todas as decisões nesta difícil equação da descarbonização com reindustrialização. Gonçalo Lobo Xavier partilhou uma visão mais optimista da Europa e também defendeu que uma Europa ‘utilitária’ para os cidadãos não colide com os ideias de paz, prosperidade e solidariedade e que fortalece o espírito Europeu. A livre circulação de pessoas, a política de coesão é algo que os cidadãos sentem nas suas vidas e ajuda a valorizar o sentimento de pertença à Europa, na lógica de S.Bento, o chamado ‘Pai da Europa’.