No ciclo de “À Conversa com o Parlamento Europeu”, do Programa Escola Embaixadora, recebemos o eurodeputado João Pimenta Lopes, vice-Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros, Leonel Rocha e o diretor do AE Camilo Castelo Branco, Carlos Teixeira.
Faz sentido, no estado de desenvolvimento das sociedades europeias, abordar este tema? O eurodeputado apresentou indicadores que justificam a sua atualidade: a pobreza afeta 25% da população da UE e fustiga substancialmente as mulheres; referiu-se à discriminação salarial, os homens recebem mais 16.3 % de salário, executando o mesmo trabalho, por isso as mulheres trabalham mais 16 dias; afeta o pleno gozo da licença de parentalidade, pois o casal opta pela permanência da mulher em casa, pois ganha menos; o seu salário em licença de maternidade é pago a 80%; as tipologias laborais precárias são mais ocupadas por mulheres; a maior parte das famílias monoparentais em risco de exclusão e pobreza são constituídas por mulheres e seus filhos; a pobreza na velhice afeta sobretudo as mulheres, estas recebem, em média, pensões de velhice ou reforma 40% abaixo das dos homens; apontou ainda a prostituição como uma violência e um atentado contra a dignidade da mulher. Questionado sobre o combate a estas assimetrias, enfatizou a emancipação económica e social: a necessidade de retomar a discussão da Diretiva da Maternidade, de elevação dos direitos laborais, do aumento da responsabilidade social das empresas, de retomar os Objetivos de Barcelona.
A desigualdade de género é também uma questão cultural; todos os presentes, depois de um animado debate, concluíram que a educação para a igualdade é muito importante, nomeadamente através do reforço deste tema na Educação Sexual trabalhada nas escolas.