No âmbito do Programa Erasmus + “Inovação e Inclusão na Construção de um Currículo Identitário”, o Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco (AECCB) esteve em mobilidade em Nicósia, Chipre, entre 21 e 28 de janeiro de 2023. A escola anfitriã foi a Agioi Omologites e contou com a presença de delegações da Estónia, da Macedónia do Norte e de Itália, e das docentes da Universidade do Porto, Daniela Ferreira e Louise Lima. A equipa do AECCB foi constituída pelos professores Joaquim Pereira (1.º CEB), Paulo Lisboa (2.º CEB - História), Fernanda Oliveira (3.º CEB – Físico-Química) e Filipa Lopes (Secundário – História e Cultura das Artes) e pelos alunos João Azevedo e Margarida Bragança (1.º CEB), Maria Eduarda Lopes (2.º CEB), Simão Carvalho (3.º CEB), Eva Andrade e Margarida Azevedo (Secundário). Os principais objetivos desta mobilidade foram os seguintes: conhecer os sistemas educativos e os contextos escolares de cada país; partilhar experiências de trabalho colaborativo; sensibilizar para a preservação do património cultural e artístico; articular atividades para alunos de diferentes níveis e ciclos de ensino; utilizar o património cultural na construção de um currículo identitário; contribuir para a preservação e desenvolvimento de valores europeus comuns; consolidar uma visão do multiculturalismo como fator de enriquecimento e de abertura; respeitar a diversidade de culturas e tradições dos povos da Europa, bem como a identidade nacional dos Estados Membros. 2.ª feira, 23 de janeiro. Uma sala cheia de entusiasmo aguardava o início da cerimónia de abertura no auditório da Escola. Após a mensagem de boas-vindas, os alunos fizeram a dramatização dos mitos de Chipre: Afrodite (Deusa grega do Amor, nascida na costa ocidental); Adonis (jovem de grande beleza, casado com Perséfone e amante de Afrodite); e Digenis Akritas (protetor da ilha face às incursões muçulmanas). Depois da pausa para café, seguiram-se a visita guiada às instalações, jogos tradicionais e a apresentação dos trabalhos de pré-mobilidade. Os alunos portugueses deram a conhecer o país, Famalicão, o sistema de ensino, as equipas docente e discente, o projeto Marka e a implementação das suas vertentes cultural e artística. Na parte da tarde, as delegações Erasmus exploraram o bairro escolar, os edifícios e as zonas verdes, através dos desafios propostos na aplicação Actionbound. 3.ª feira, 24 de janeiro. Primeira saída em Nicósia sul. Na parte da manhã, foram preparadas duas atividades na Fundação Cultural do Banco do Chipre: a primeira, orientada por uma arqueóloga, relacionada com numismática; a segunda, dirigida por uma artística plástica, vocacionada para a produção de cor com plantas e corantes naturais. Na parte da tarde, tivemos uma visita guiada pela zona histórica, muito centrada na questão da divisão da cidade e na preservação da identidade cultural grega (língua e religião). Paramos na fronteira, ouvimos a versão grega do conflito cipriota, passamos pela “Zona Tampão”, conversamos com soldados cipriotas, estivemos diante o Centro Cultural Makarios e visitamos algumas igrejas ortodoxas gregas. 4.ª feira, 25 de janeiro. Primeira e única saída de Nicósia. De manhã cedo, partimos para Larnaca, na costa sul. Começamos na Igreja S. Lázaro, o homem que viveu duas vezes, que foi incumbido, na segunda vida, de cristianizar Chipre. De seguida, visitamos o Forte Medieval e o seu pequeno museu. Tarde livre. 5.ª feira, 26 de janeiro. Segunda saída em Nicósia sul. A manhã começou com um peddy-paper de descoberta da cidade, intitulado “With a hat and a pencil”, organizado pelo Centro de Artes CVAR. Depois, visitamos o Museu Municipal Leventis, onde tivemos uma exposição teórica da História de Nicósia e de Chipre, desde a formação das primeiras comunidades humanas até à declaração de independência do país, em 1960. À noite, após as entrevistas de trabalho, coordenadas pelas investigadoras da Universidade do Porto, e o preenchimento de formulários avaliativos, tivemos um churrasco na escola, organizado pela Associação de Pais, que terminou com um baile de música tradicional grega e cipriota. 6.ª feira, 27 de janeiro. De regresso à Agioi Omologites, para as últimas atividades. De manhã, assistimos a diferentes aulas, consoante o nível etário dos alunos. Os mais novos estiveram numa sessão literária de contos infantojuvenis; os mais velhos assistiram a uma aula de História sobre a invasão turca de 1974, que culminou com a redação de uma carta dirigida ao Secretário Geral da ONU, António Guterres, a solicitar uma solução para o problema cipriota. Após o intervalo para café e o lanche matinal, houve duas sessões de culinária cipriota, ao mesmo tempo que decorriam duas sessões de danças tradicionais cipriotas. Antes do almoço, realizou-se a cerimónia de encerramento, com a entrega dos diplomas aos participantes. Na parte da tarde, concluíram-se os trabalhos com o preenchimento do padlet da mobilidade e a aplicação de um kahoot sobre cultura cipriota. No final, os nossos alunos abraçaram-se à Diretora, porque eles sentiram, tal como nós, que tínhamos vivido uma semana inesquecível em Nicósia.