"O desenvolvimento da cidade e intervenção artística"
09 / fev / 2024
Num evento marcante no âmbito do projeto de Cidadania e Desenvolvimento, a turma 11.º I – Artes Visuais, dedicada ao tema "A celebração dos 50 anos do 25 de Abril" e subtema "25 de Abril | Libertar pela Arte | Passado, Presente...", participou numa envolvente palestra no dia 12 de janeiro. O pintor António Gonçalves liderou a discussão, mediado pelo professor Francisco Costa, que explorou, entre outros objetivos, a interseção da vida quotidiana da cidade e a intervenção artística. A conferência, inserida no projeto "De Famalicão para o Mundo", teve a participação ativa dos alunos das turmas 10.º H. e 12.º I, ambas dos cursos de Artes Visuais. A abordagem de Gonçalves incluiu a renovação dos espaços públicos, destacando como permite que os cidadãos vejam esses locais como verdadeiros centros de excelência nas cidades. O papel crucial dos artistas na melhoria desses espaços públicos através da arte também foi enfatizado. No início da intervenção, o curador da Galeria Ala da Frente, Vila Nova de Famalicão, provocou a reflexão com a questão "O que é a Cidade?", explorando perspetivas desde a Atenas do mundo grego até ao Ground Zero em Nova Iorque, simbolizando a consciência da cidade e suas experiências. Ao discutir a intervenção artística nas cidades, Gonçalves apresentou obras que provocam debate, desde o cartaz de Vieira da Silva com a frase "A poesia está na rua", de Mário Cesariny, até ao graffiti "Renova" de Banksy. Durante o diálogo com o auditório, os alunos trouxeram questões pertinentes sobre intervenções artísticas em Famalicão, como o "Musaranho" de Bordalo II, uma obra que utiliza brinquedos antigos doados por crianças locais. Também foram discutidas obras mais recentes, como a intervenção de Banksy em Londres, que foi roubada meia hora após ser revelada. Um dos temas centrais levantados pelos alunos foi a questão da liberdade na produção artística, tanto no período pré-25 de Abril quanto na contemporaneidade, especialmente no contexto das artes urbanas, consideradas uma prática transgressora. Em última análise, a palestra deixou a sugestão no ar de que, apesar do reconhecimento crescente da arte urbana em algumas cidades portuguesas, há um vasto mundo artístico alternativo a ser descoberto em Portugal - basta olhar ao redor!