Mundos de Vida dá "novos mundos" à educação em Famalicão
22 / nov / 2017
Na Mundos de Vida, as aulas de matemática começam sempre com as crianças sentadas em carpetes a ouvir uma história. A história tem um problema e as crianças têm que encontrar estratégias para resolvê-lo. Discutem, debatem, apresentam argumentos uns aos outros e por fim chegam a uma conclusão ou a várias. Se conseguirem mais de três estratégias para resolver o problema é um “clever day”, um “dia inteligente”, em que as crianças se superam a si próprias. Assim é o método de Singapura para o ensino da matemática, um método inovador em Portugal, que a Mundos de Vida adotou para as crianças do 1.º Ciclo com a colaboração da Escola Superior de Educação do Porto. A implementação do método de Singapura e a introdução do mandarim no currículo do 1.º ciclo são duas novidades que levaram o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, a visitar o colégio da Mundos de Vida, a funcionar em Lousado, no âmbito do Roteiro pela Inovação. Estes dois inovadores projetos vêm juntar-se ainda ao ensino bilingue com aulas lecionadas em português e inglês ao 1.º ciclo que arrancou há já dois anos. Para Paulo Cunha “a Mundos de Vida é uma instituição cujas boas práticas fazem parte do seu ADN e do seu dia-a-dia. O mandarim e o método de Singapura são dois novos projetos que muito influenciam o percurso educativo destas crianças e são uma forma inovadora de ensinar, de motivar a aprendizagem e criar condições para que as crianças também despertem para a inovação e sejam amanhã cidadãos mais qualificados e empreendedores”. “Devagar que eu tenho pressa” é a máxima do método de Singapura, que classifica os seus alunos no topo dos exames de matemática desde meados da década de 1990. Para o diretor da Mundos de Vida, Manuel Araújo, “a escolha deste método do ensino da matemática mobilizou toda a instituição e os seus recursos. Em abril passado, os responsáveis da disciplina frequentaram uma ação de formação em Londres e temos contado com o apoio da Escola Superior de Educação do Porto”, salientou o responsável. “Com este método, as crianças aprendem desde cedo a pensar e a fortalecer o seu raciocínio, desenvolvendo processos de metacognição, isto é, pensar sobre o seu próprio pensamento, como fizeram e porque é que fizeram. E partem sempre do concreto par chegar ao abstrato”, explicou a professora da Escola Superior de Educação do Porto, Dária Fernandes. Para a responsável este método tem ainda outra vantagem que é a “diferenciação pedagógica, ir à individualidade e chegar a todos os alunos, conseguindo bons resultados”. E se a Mundos de Vida é a primeira escola do país e introduzir o método de Singapura é também a primeira do distrito de Braga a adotar o mandarim como disciplina curricular do 1.º ciclo. Na sala de aula já se ouvem as primeiras palavras em mandarim graças ao protocolo que a instituição celebrou com o instituto Confucio da Universidade do Minho. Segundo a Pró-Reitora da Universidade do Minho, Carla Martins “as crianças aprendem muito facilmente qualquer língua, portanto esta é a altura ideal para ensinar”. A responsável salientou ainda que para além do ensino do mandarim, o protocolo celebrado enquadra também a disseminação da cultura chinesa, o que nos dias de hoje é fundamental. A Mundos de Vida apresentou ainda mais dois projetos: uma biblioteca de rua dentro de uma cabine telefónica ao estilo britânico onde qualquer pessoa é convidada a levar um livro por troca com outro; e um semáforo que controla o ruído durante as refeições. O Colégio da Mundos de Vida foi inaugurado em 2015 e tem três turmas com 25 alunos cada.