Curso Profissional de Interpretação e Animação Circenses arranca em setembro em Famalicão
26 / abr / 2018
Os jovens que querem frequentar um curso profissional de artes circenses já não têm de se deslocar a Lisboa para se inscreverem no Chapitô, a única escola de circo existente em Portugal até agora. A partir de setembro, a Academia Contemporânea do Espetáculo – ACE de Vila Nova de Famalicão vai disponibilizar um novo curso de interpretação e animação circense, uma oferta verdadeiramente inovadora e única na região Norte e Centro, que vai permitir aos alunos uma equivalência ao 12.º ano, possibilitando o prosseguimento de estudos no Ensino Superior ou a inserção imediata no mercado de trabalho. Orientado para o Novo Circo, este curso nasce de uma parceria entre a ACE e o Instituto Nacional das Artes Circenses – INAC, que se instalou recentemente em Vila Nova de Famalicão. A notícia surgiu há cerca de duas semanas, com a homologação do Ministério da Educação e levou o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, a visitar, esta quinta-feira, as instalações da ACE incluindo esta iniciativa no Roteiro pela Inovação de Vila Nova de Famalicão. Entrar na ACE é como entrar na série televisiva dos anos 80 “Fame”. O talento, a energia, o entusiasmo e a criatividade dos jovens alunos desarmam qualquer visitante e rapidamente a sala de aula se transforma num palco de estrelas, onde se canta, se dança, se teatraliza um poema e se conquista o público. Completamente rendido ao projeto educativo da ACE, Paulo Cunha falou da “grande notícia para o concelho” que é o nascimento do curso de circo. O autarca elogiou a parceria entre a ACE e o INAC salientando que se trata de “um sinal de convergência e de inteligência. Estas instituições perceberam que todos ficamos a ganhar com a criação de sinergias e com a colaboração de todos”. Para Paulo Cunha, com este novo projeto “estamos a criar em Vila Nova de Famalicão condições para o surgimento de novos projetos culturais”. E salientou: “Famalicão que é conhecido como um concelho ligado à indústria, que produz no têxtil, no setor automóvel, que produz tecnologia, metalomecânica e na área agroalimentar é, também hoje, conhecido como um concelho que produz cultura.” O edil mostrou-se ainda muito satisfeito ao saber que cerca de 50 por cento dos alunos da ACE chega à universidade e enalteceu “a vocação destes alunos para os cursos artísticos”. Por sua vez, o diretor da ACE, António Capelo falou do “momento auspicioso” que vive a instituição atualmente. Com este novo curso de artes circenses “estamos a abrir aqui, em Vila Nova de Famalicão, uma nova porta no país para que no futuro os formandos possam enriquecer o mercado de trabalho”, salientou. O responsável salientou que o objetivo deste novo projeto desenvolvido em conjunto com o INAC e o Teatro da Didascália é, acima de tudo, “dignificar a profissão”. “Quando a ACE nasceu, há 30 anos, no Porto, foi com o objetivo de criar formação numa área onde não existia, na área do teatro, o objetivo deste novo curso tem a mesma intenção, queremos ampliar a oferta de produção nas áreas do circo”, salientou António Capelo. O também ator acrescentou ainda que “Famalicão é um espaço ideal para o surgimento deste projeto, pois conseguimos reunir aqui um conjunto de parcerias, nomeadamente com INAC e o Teatro Didascália, que organiza o festival de novo circo Vaudeville Rendez-Vous”.
Projeto-Piloto para pequenos atores Entretanto, a ACE vai continuar no próximo ano letivo com o projeto piloto de teatro para o enriquecimento curricular do ensino básico. Segundo o responsável, durante este ano letivo, o curso foi desenvolvido com três turmas do 1.º ciclo do concelho, mas o objetivo para o próximo ano é que chegue a mais escolas do concelho e de fora. “Queremos criar no sistema educativo português uma vertente do ensino articulado virado para as artes performativas e vamos tentar sensibilizar o ministério da educação para essa alternativa”, sublinhou o responsável. Refira-se que a ACE de Vila Nova de Famalicão tem 3 anos de existência, lecionando neste momento o curso profissional de artes do espetáculo – interpretação, contando com cerca de 80 alunos nos três anos (10.º, 11.º e 12.º). o corpo docente é constituído por cerca de 40 profissionais, entre atores, produtores e realizadores, todos profissionais conceituados no ativo.