Criatividade, inovação e empreendedorismo na descoberta de percursos formativos
17 / mar / 2025
Desde há várias décadas, a Escola tem sido o contexto mais privilegiado para formar cidadãos participativos e, cada vez mais intencionalmente, colaborar na construção de pessoas ativas, responsáveis, críticas cooperantes, competitivas e solidárias. A investigação em psicologia vocacional e do desenvolvimento de carreira tem demonstrado que a primeira consciencialização da descoberta das profissões e exploração vocacional acontece em contexto escolar, em articulação com o apoio parental, desde a fase de planeamento à fase de execução da decisão de carreira. Assim sendo, tem sido crucial garantir que todos os estudantes têm acesso a uma educação que incentive o empreendedorismo de cada um, através do desenvolvimento de competências integradas num pensamento crítico e criativo, orientado para a mudança e resolução de desafios sem receio do risco e insucesso. O Serviço de Psicologia e Orientação, em articulação com as várias estruturas escolares, tem vindo a priorizar dinâmicas nas turmas, facilitadoras da possibilidade de cada aluno “arriscar” uma decisão, executar, errar e resolver problemas, sentindo que a sua criatividade é apoiada. Esta postura tem sido claramente incentivada pelas políticas educativas “reinventadas”, com o desenvolvimento de propostas de projetos que contribuem para o empreendedorismo individual, criatividade e inovação, orientando e apoiando o processo de “desconstrução da realidade”, criação de novas realidades, planeando e concretizando novas ideias quer nas áreas tecnológicas /científicas, como nas áreas de cariz mais social. No processo de construção do Eu de cada estudante, na descoberta de quem é como pessoa em interacção com o meio, é necessário criar contextos autênticos de “vida real”, proporcionando uma aprendizagem que contemple atividades experimentais, de reflexão e de trabalho colaborativo. As propostas de educação para o empreendedorismo, o “aprender-fazendo”, promove a atitude ativa de cada interveniente, para que de forma autónoma e flexível obtenha informação, seleccione, planeie, execute em cooperação e contribua para a inovação e mudança. No AEG e defendendo uma cultura de parcerias com várias entidades, nomeadamente, empresas locais, Citeve, universidades e autarquia, têm sido estabelecidas importantes sinergias que resultam da experiência e reflexão interna (áreas curriculares disciplinares e não disciplinares), bem como do trabalho desenvolvido pelas instituições parceiras, numa tentativa de transformar e melhorar a experienciação prática de estudantes, tornando-os protagonistas no processo de apropriação dos saberes académicos bem como do seu crescimento pessoal e social. Num exercício de análise ao passado, é possível perceber que os projetos desenvolvidos desde o pré-escolar, “Ter ideias para mudar o mundo”, contribuíram para os inúmeros projetos atuais que desenvolvem o espírito empreendedor, como por exemplo o “Plano de Autonomia e Responsabilidade do Aluno”. A variedade de ações é inúmera e permite adequar os projetos de criação de ideias às motivações das crianças e jovens, contribuindo visivelmente para o desenvolvimento de vocações, numa lógica de igualdade de oportunidades e inclusão social para a construção de uma vida melhor. Neste processo evolutivo o ”espírito empreendedor “dos alunos possibilita a adaptação às múltiplas transições de carreira e de superação de novos desafios, fazendo-os acreditar nas suas competências pessoais, sendo factor potenciador de mecanismos de adaptabilidade a uma sociedade em constante mudança que exige uma aprendizagem ao longo da vida.