AEPBS: Diana Gonçalves - uma amazona na Escola Secundária de Padre Benjamim Salgado
03 / fev / 2022
Diana Gonçalves tinha apenas 8 anos quando iniciou as aulas de hipismo. Passados 9 anos, soma mais de uma centena de vitórias em provas regionais e federadas. “Iniciei-me no hipismo quando ainda morava na Suíça, onde nasci. As minhas melhores amigas montavam e eu também queria experimentar. Um dia, cheguei a casa e a minha mãe tinha uma surpresa para mim: umas botas de montar e a inscrição numa escola de equitação. Nunca esquecerei a primeira aula. A égua tinha o mesmo nome que eu: Diana”. Quando tinha 11 anos, já participava em competições, com a Utópica, a sua primeira égua e com a qual conseguiu o 1.º prémio na primeira competição. “Apesar de a ter vendido, continuo a vê-la e a ter-lhe um carinho enorme”. A aluna do 12.º F, da Escola Secundária de Padre Benjamim Salgado, alcançou, no fim de semana passado, o 2.º lugar na prova 1,20 m e o 3.º lugar na prova 1,30 m, no Concurso de Saltos Nacional, que decorreu em Esposende, com o Gaspar – cavalo com 9 anos e 1,88 m (normalmente, os cavalos medem cerca de 1,65 m ao garrote). “Gosto muito do cavalo Sela Francês para os obstáculos, pois é um cavalo que aprende facilmente e não é nervoso. O Gaspar tem caráter e foco”. Diana – que alimenta a ambição de abrir uma escola de equitação - divide o seu tempo entre as aulas e os treinos diários. “Neste momento, com três cavalos, tenho sempre um treino de trabalho dependendo das competições. Estou a preparar o Gaspar para o Campeonato Nacional e a iniciar uma poldra, a Good Luck, que tem 5 anos. Durante o fim de semana, não tenho tempo para estudar por causa das competições, por isso, tento manter a concentração durante as aulas e faço a revisão da matéria à noite. Os professores também têm sido compreensivos e, se tiver testes marcados à sexta-feira, deixam-me realizá-los noutro dia”. De sorriso fácil e personalidade vincada, Diana referiu que a ligação com os cavalos é obrigatória numa competição “Tem de haver uma sintonia muito grande entre o cavaleiro e o animal, porque o cavalo percebe o nosso estado de espírito e a ligação que temos com ele. Dar-lhes o banho e escová-los, depois do treino, ajuda a criar este vínculo”. E as quedas? Diana sorri, refere que já caiu várias vezes e que já ficou em coma após uma queda. “Czara foi uma das piores! Adorava-a, mas, nos concursos, no último salto, parava e eu voava. Insisti muito nos treinos, mas tive de a vender”. Apesar de competitivos nas provas, os cavaleiros são solidários. “Os cavalos são muito caros e emprestar um cavalo para uma prova, sabendo que pode sofrer uma lesão, demonstra a solidariedade que existe no hipismo. No ano passado, tinha preparado a Rabanne D’Labbaye para o Campeonato Nacional, em Vilamoura, mas o ferrador colocou-lhe mal um prego o que a impediu de participar. Um amigo emprestou-me um cavalo. Experimentei-o apenas uma vez e, sem o conhecer, alcançamos o 7.º lugar. Também já emprestei, uma vez, uma égua a uma rapariga para que pudesse participar numa competição. Dentro de pista somos muito competitivos, mas fora criam-se grandes amizades”. Trabalhadora, esforçada, empenhada e, resultado disso mesmo, com um percurso notável no hipismo, Diana Gonçalves refere, ainda, que, sem o apoio dos pais, que a acompanham nos treinos e nas provas, não poderia viver este sonho de criança.