No dia 20 de outubro, a convite das professoras de Português a lecionarem nas turmas de 11.º ano, deslocou-se à Escola Camilo Castelo Branco Vasco Malta, Chefe de Missão da Organização Internacional para as migrações, a fim de falar de migrantes e refugiados. A atividade inseriu-se, simultaneamente, no programa educativo e cultural "De Famalicão para o Mundo" e na perspetiva da obra “Sermão de Santo António [aos Peixes]”, de Padre António Vieira, procurando estabelecer um paralelismo entre a vida atribulada do autor e a realidade atual dos migrantes e dos refugiados. O momento reuniu uma assembleia impressionante: 420 alunos, sendo turmas do 11.º ano e a turma 6.3; os professores de diversas disciplinas dessas turmas; o senhor Vereador da Cultura e Desporto, Dr. Pedro Oliveira; o senhor Diretor, Carlos Teixeira, e a Arminda Ferreira, dinamizadora do projeto “De Famalicão para o Mundo”. Importa sublinhar que os alunos se portaram muito bem, interagindo com o convidado de forma muito entusiasmada e ordeira. Foi a oportunidade de os alunos compreenderem a importância do respeito pelas diferenças culturais entre pessoas. Vasco Malta explicou conceitos ligados à migração de pessoas e apresentou números sobre os fluxos migratórios de dentro para fora e de fora para dentro do nosso país. Também foi uma excelente oportunidade de estes jovens tomarem consciência da dignidade humana, independentemente das diferenças aparentes e invisíveis. Finalmente, o orador lançou, aos 420 participantes, um desafio que os levava a colocarem-se na pele de refugiados: estas pessoas encontravam-se em perigo de vida e teriam de fugir. Perante isto, que caminhos escolher? A via terrestre ou a via marítima? Em função das opções, perigos grandes ameaçavam esses seres humanos. O final dependeu das propostas escolhidas. A atividade destinou-se, por um lado, a consciencializar os jovens para o drama que é aquele de ter de sair do seu país e o outro drama que é o de as pessoas se verem obrigadas a integrarem-se num país com uma realidade cultural (muito) diferente da sua; por outro lado, destinou-se a despertar o sentido de solidariedade e de compreensão para com aqueles que cá chegam em circunstâncias tão desumanas e tão adversas.