AE RIBEIRÃO: A escola, (pro)motora de cultura e multiculturalidade
07 / abr / 2022
O Dia do Agrupamento, celebrado a 6 de abril, teve o seu ponto alto numa mesa redonda, que congregou os Presidentes das Juntas de Freguesia das comunidades abrangidas pelo território do Agrupamento de Escolas de Ribeirão, sobre o tema “A escola, (pro)motora de cultura e multiculturalidade”. A iniciativa, organizada pelo “Clube dos Media”, sob orientação do professor Acácio Sanches, congregou no auditório da Escola Básica 2/3 de Ribeirão os alunos, delegados e subdelegados de todas as turmas e a Associação de Estudantes, bem como os membros do Conselho Geral e os representantes da Associação de Pais. Tomou a palavra, em primeiro lugar, Judite Costa, Presidente da Junta de Freguesia de Vilarinho das Cambas, que destacou que a escola é quem, muitas vezes, introduz o cidadão no mundo da cultura e das artes, proporcionando aos alunos a primeira ida ao teatro, o primeiro bailado, a entrada no primeiro museu. Por outro lado, na escola, quando recebemos as pessoas de outras culturas, “enfrentamos a dificuldade das diferenças, mas, depois, vem a amizade e nada mais interessa”. Por sua vez, Jorge Ferreira, Presidente da Junta de Freguesia de Lousado, evidenciou o papel da escola na comunidade como promotora da cultura e destacou o apoio da Associação de Pais e a competência do corpo docente, afirmando ser sua preocupação que, na escola, tudo funcione. Assinalou, ainda, a importância da escola, nos tempos atuais, desenvolver a sua capacidade de acolher e integrar as minorias étnicas e sociais. Em seguida, Adelino Costa, Presidente da Junta de Freguesia de Fradelos, focou necessidade de cativar os alunos para as raízes da nossa cultura, pela importância de preservar o que é nosso e de lutar pela nossa identidade. Nesse sentido, teceu críticas à forma atual de atribuir nomes estrangeiros às realidades que são nossas e que deveriam, na sua opinião, ser designadas e definidas em português. Esta afirmação valeu-lhe uma questão por parte dos alunos, que quiseram saber concretamente a que se referia, ao que respondeu que a sua observação se referia a uma tendência generalizada da sociedade portuguesa e não a uma questão específica. Por fim, usou da palavra Leonel Rocha, Presidente da Junta de Freguesia de Ribeirão e professor no Agrupamento, para afirmar perante que é a escola que nos prepara para a vida, porque nos educa formalmente em diversas variáveis culturais. Nesse sentido, escola funciona como promotora da cultura e dos sonhos dos alunos e da comunidade. A escola tem, assim, nas suas mãos a responsabilidade de desenvolver culturalmente os territórios, promovendo não só a nossa identidade, mas também o acolhimento de outras identidades culturais. A terminar, a diretora do Agrupamento, professora Elsa Carneiro, sublinhou o Projeto Cultural da Escola, cuja missão consiste em “indisciplinar a escola”. Esta afirmação “provocante” teve a finalidade de alertar os presentes para a missão escolar de “viver e reviver o património, mas com inovação”. Por isso, solicitou aos delegados e subdelegados das turmas que fossem porta-vozes desse desígnio e promovessem debates com os seus colegas, para “deitar abaixo o muro entre a escola e a comunidade”. Se, por um lado, a identidade cultural reproduz fronteiras entre pessoas, grupos e povos; por outro lado, também pode e deve criar pontes e, com estas, pontos de encontro e confronto cultural, que nos levem ao conceito de multiculturalidade e interculturalidade. Apesar das diferenças entre indivíduos e entre culturas, há sempre pontos em comum, em maior ou menor medida, nos usos, nas crenças, atitudes, valores, sentimentos, comportamentos, etc. Pontos esses que se esperam capazes de serem utilizados como plataformas de entendimento e átrios para a aprendizagem.