Projeto MyMachine apresenta as máquinas sonhadas pelas crianças
13 / nov / 2018
Está lançada a segunda edição do projeto “MyMachine”, iniciativa que envolveu mais de 120 alunos do 1º Ciclo de Vila Nova de Famalicão, no ano letivo anterior, e que resultou na execução de seis máquinas que respondem ao sonho de ver resolvidos alguns dos seus problemas diários. O lançamento da segunda edição decorreu esta segunda-feira, nos Serviços Educativos do Parque da Devesa, e contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, do vereador da Educação, Conhecimento e Cultura, Leonel Rocha, da responsável do MyMachine Portugal, Ana Godinho e dos parceiros locais envolvidos: Universidade Lusíada, CIOR, FORAVE e Agrupamentos de Escolas. “Este é um projeto que dá uma sensação de realização às crianças”, disse aos jornalistas o presidente da autarquia após a sessão de lançamento da segunda edição e da abertura da exposição das máquinas concebidas pelas crianças de Vila Nova de Famalicão. Paulo Cunha salienta que é “na fase inicial do percurso educativo do Ensino Básico o momento certo para termos projetos – e o MyMachine é um deles – que querem despertar uma dimensão empreendedora nas nossas crianças”. O MyMachine tem, segundo o presidente da autarquia uma “grande capacidade apelativa”, porque não se põe as crianças “a pensar em teorias ou em teses”, mas “a pensar em casos concretos”. Por outro lado, aponta que “os projetos resultam em contributos comunitários mais do que resposta a problemas individuais”. “Vemos crianças até aos 10 anos que não ficam apenas a olhar para o seu umbigo, mas desenvolvem uma consciência do interesse da comunidade”, acrescenta. “Queremos que este projeto chegue a todos os agrupamentos escolares e que, no futuro, todas as escolas possam participar”, frisou Paulo Cunha. As crianças dos primeiros anos de escolaridade são os “engenheiros” do projeto “MyMachine”, identificando um problema e desenhando uma máquina para o resolver. Depois, compete à Universidade Lusíada, através da equipa de alunos coordenada por Pedro Reis, interpretar o projeto e adequar as melhores respostas técnicas para que a máquina fique operacional. Depois, entra o Ensino Profissional que concretiza o projeto minuciosamente negociado com as crianças. A principal virtuosidade do MyMachine Vila Nova de Famalicão é o de envolver os alunos do 1º Ciclo e colocá-los em contacto direto com a Universidade Lusíada e com as Escolas de Ensino Profissional. As ideias que viraram máquinas foram: Máquina para arrumar os brinquedos; Máquina para distinguir os "toques"; Máquina para arrumar o material escolar; Máquina para medir e informar sobre o ruído; Máquina para afiar automaticamente os lápis; Máquina “Colete” para salvar vidas. Todas as máquinas podem ser vistas na exposição que está patente nos Serviços Educativos do Parque da Devesa até ao próximo dia 23. Pedro Reis, da Universidade Lusíada, refere que se trata de um trabalho “muito interessante”, porque permite “uma interação criativa entre todos os participantes, desde os mais pequeninos até aos universitários e passando pelo ensino profissional”. É claro que admite que “a coordenação científica de um projeto destes, que envolve tantas pessoas e diferentes níveis de conhecimento, não é fácil, mas o resultado está à vista”. Depois de Óbidos, Vila Nova de Famalicão é o terceiro município a implementar o MyMachine em Portugal. Ana Godinho revelou que, este ano letivo, também Campo Maior avança com o projeto e que já existem outras localidades que têm mostrado interesse em avançar também. O MyMachine é um projeto que nasceu em Kortrijk (Bélgica), através da Universidade de Howest, que permite às crianças do 1º Ciclo ver concretizadas as suas ideias de solucionar problemas através da construção de “máquinas”.